Regularidades discursivas sobre mudança curricular e a produção de subjetividades no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

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Data
2017-04-10
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Resumo
A investigação focaliza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em um período que vai desde a sua criação ¿ em 1998 ¿ até os dias atuais, com foco especial na reformulação do exame ocorrida em 2009. Ele é investigado em uma dupla inscrição ¿ de reforma e de mudança ¿, que é considerada, simultaneamente, produtora de políticas de currículo e de processos de regulação social. Tal empreendimento é realizado a partir de uma abordagem discursiva para a História do Currículo, proposta por Marcia Serra Ferreira no Grupo de Estudos em História do Currículo, no diálogo com Michel Foucault e alguns de seus interlocutores no campo do Currículo (Thomas Popkewitz; Rosa Maria Bueno Fischer; Alfredo Veiga-Neto), e busca compreender como a criação desse exame resultou na formulação de uma prática discursiva específica. Interessa, especialmente, visibilizar os enunciados que não apenas compareceram na composição dessa prática discursiva como regularam suas condições enunciativas. A partir da análise de um vasto conjunto de fontes, que compreendeu documentos relativos ao Enem, produzidos em diferentes momentos históricos, e à reforma do ensino médio ocorrida no final da década de 1990, evidenciamos as regularidades discursivas a que o exame esteve submetido. Nesse movimento, destacamos o papel que algumas inovações trazidas tanto pela reforma do ensino médio como pelo Enem exerceram no diálogo com as disciplinas escolares que tradicionalmente organizaram o ensino médio. No diálogo com Thomas Popkewitz, buscamos visibilizar como o Enem, por meio de práticas alquímicas, vêm produzindo uma forma particular de se conceber o conhecimento. Em uma perspectiva onto-epistemológica, argumenta-se que as noções de competências e habilidades, contextualização, situação-problema e interdisciplinaridade, bem como os princípios da psicometria e da Teoria de Resposta ao Item, têm, no diálogo com as tradições relativas às disciplinas escolares, configurado o que concebemos como conhecimento. Este por sua vez vêm nos informando não apenas o que devemos saber como estudantes e professores do/no ensino médio, mas que tipos de sujeitos devemos ser como discentes e docentes.
Palavras-chave
Análise de Discurso, História da Educação, Currículo Mínimo Nacional, Políticas Públicas em Educação, Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)
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